O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi indiciado pela
Polícia Federal por supostamente ter forçado um cartão amarelo em jogo contra o
Santos, no Brasileirão de 2023, para beneficiar apostadores.
Além dele, também foram indiciados Wander Nunes Pinto
Júnior, irmão do atleta, Ludymilla Araújo Lima, esposa de Wander, e Poliana
Ester Nunes Cardoso, prima do jogador. Os três fizeram apostas.
Bruno Henrique e seu irmão foram indiciados no artigo 200
da Lei Geral do Esporte — fraudar, por qualquer meio, ou contribuir para que se
fraude, de qualquer forma, o resultado de competição esportiva ou evento a ela
associado —, com pena de dois a seis anos de reclusão, e também estelionato,
que prevê pena de um a cinco anos de prisão.
Há, também, um segundo núcleo de apostadores, todos
indiciados por estelionato: Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Rafaela Cristina
Elias Bassan, Henrique Mosquete do Nascimento, Andryl Sales Nascimento dos
Reis, Max Evangelista Amorim e Douglas Ribeiro Pina Barcelos. Segundo as
investigações, eles são amigos de Wander.
Todos os investigados foram alvo de uma operação de busca e
apreensão realizada em novembro de 2024. Policiais federais estiveram em
endereços ligados a Bruno Henrique, inclusive no CT do Flamengo. O atleta
estava em casa e teve o telefone celular apreendido.
A assessoria de Bruno Henrique afirmou que por enquanto o
atacante não vai se manifestar.
O relatório da Polícia Federal deverá ser analisado agora
pelo Ministério Público do Distrito Federal, que decidirá pelo oferecimento de
denúncia ou não.
Cartão amarelo de Bruno Henrique
Em agosto do ano passado, operadores de apostas no Brasil
relataram movimentações suspeitas relacionadas ao cartão amarelo que Bruno
Henrique tomou no jogo contra o Santos, pela 31ª rodada do Brasileirão de 2023,
disputado em Brasília. A partir daí, as investigações começaram.
Alertas foram emitidos por três casas de apostas. Uma delas
apontou que 98% de todas as apostas de cartões da partida foram para Bruno
Henrique. Em outra, o percentual chegou a 95%.
O atacante, que naquele campeonato havia sido advertido com
cinco cartões amarelos em 22 jogos até então, entrou em campo pendurado contra
o Santos. Naquela partida, Bruno Henrique foi amarelado nos acréscimos do
segundo tempo após fazer uma falta em Soteldo quando o Flamengo já perdia por 2
a 1. Depois, reclamou e foi expulso pelo árbitro Rafael Klein.
Apesar da investigação, o Flamengo decidiu não afastar
Bruno Henrique do time. O atleta se manifestou sobre as suspeitas dias depois,
após o título da Copa do Brasil do ano passado.